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Acretismo placentário tem tratamento?

O acretismo placentário é uma condição obstétrica grave, na qual a placenta adere anormalmente de forma mais profunda e firmemente ao útero. Essa adesão pode variar em grau, sendo classificada em três níveis principais:

  • placenta acreta, onde a placenta se liga superficialmente ao músculo do útero (miométrio) sem penetrar;
  • placenta increta, quando a placenta invade o músculo do útero;
  • placenta percreta, o tipo mais severo, em que a placenta perfura completamente o miométrio, podendo atingir órgãos vizinhos.

Dessa forma, a detecção precoce desses graus de acretismo é essencial para planejar um parto seguro e minimizar riscos para a mãe e o feto.

Características e impacto do acretismo placentário na gravidez e parto

O acretismo placentário complica significativamente a gestação e o processo de parto, aumentando o risco de hemorragias severas durante a tentativa de remoção da placenta. Esta condição é frequentemente associada a partos cesáreas anteriores e procedimentos de fertilização, que potencialmente alteram a integridade da parede uterina. Nesse sentido, com o aumento destas abordagens nas últimas décadas, a incidência de acretismo também cresceu.

O manejo dessa condição requer uma equipe multidisciplinar de especialistas em saúde materno-fetal. Isso inclui intervenções que podem variar desde procedimentos minimamente invasivos até intervenções cirúrgicas mais complexas, dependendo da severidade do acretismo e do bem-estar fetal. Desse modo, a chave para um desfecho favorável é um diagnóstico precoce e um planejamento cirúrgico detalhado.

A necessidade de uma equipe multidisciplinar no manejo do acretismo placentário

O acretismo placentário é uma condição complexa que exige uma abordagem multidisciplinar meticulosa para garantir a segurança e saúde tanto da mãe quanto do bebê durante o parto. Portanto, a colaboração entre diferentes especialistas, incluindo obstetras, anestesistas, neonatologistas e, notavelmente, cirurgiões vasculares especializados em radiologia intervencionista, é fundamental.

Cada membro da equipe desempenha um papel fundamental no planejamento e execução do parto. Nesse contexto, o cirurgião vascular torna-se essencial, com sua habilidade em minimizar sangramentos e gerenciar complicações vasculares, devido ao alto risco de hemorragia associado à condição.

Melhoria dos resultados através da colaboração interdisciplinar

A integração de competências de várias áreas da medicina permite uma melhor preparação e resposta durante o parto complicado por acretismo placentário. A presença de um cirurgião vascular especializado em radiologia intervencionista, por exemplo, permite a realização de técnicas minimamente invasivas que podem preservar a função uterina e/ou reduzir a perda de sangue.

Dessa forma, essa intervenção, combinada com o suporte dos demais especialistas, eleva significativamente a qualidade do atendimento, melhorando os resultados clínicos e reduzindo os riscos para a mãe e o recém-nascido. Portanto, a colaboração interdisciplinar não apenas potencializa a segurança e eficácia do tratamento, mas também assegura uma recuperação mais rápida e segura para a mãe após o parto.

Procedimentos realizados por cirurgiões vasculares e radiologistas intervencionistas

O acretismo placentário, uma condição patológica mais frequente com o aumento de procedimentos no útero, exige intervenções específicas para garantir a segurança no parto. Essa é uma das minhas especialidades como cirurgião vascular e radiologista intervencionista. Durante o parto, intervenções como a embolização arterial podem ser essenciais.

Esta técnica minimiza o risco de hemorragia ao bloquear seletivamente os vasos sanguíneos que alimentam a área afetada da placenta através do uso de cateterismo. Tal procedimento, realizado em ambiente controlado por radiologistas intervencionistas, é fundamental para estabilizar a paciente antes da tentativa de remoção da placenta. Isso reduz significativamente o risco de complicações.

Benefícios das intervenções em cirurgia vascular e radiologia intervencionista

  • Minimamente invasivas: as intervenções em cirurgia vascular e radiologia intervencionista geralmente envolvem procedimentos menos invasivos em comparação com cirurgias tradicionais. Portanto, resultam em menor trauma para o paciente, menos dor pós-operatória e tempos de recuperação mais curtos.
  • Precisão: esses procedimentos são altamente precisos, permitindo que os cirurgiões vasculares realizem intervenções específicas com maior controle e precisão, ou seja, minimizam o risco de danos aos tecidos circundantes;
  • Menor risco de complicações: devido à natureza menos invasiva e à precisão dos procedimentos, há um menor risco de complicações durante e após a intervenção, como infecções, hemorragias e danos aos órgãos adjacentes;
  • Recuperação rápida: os pacientes submetidos a intervenções em cirurgia vascular e radiologia intervencionista geralmente experimentam uma recuperação mais rápida, com menos tempo de internação hospitalar e uma volta mais rápida às atividades normais;
  • Resultados eficazes: esses procedimentos são frequentemente associados a resultados eficazes, com taxas de sucesso significativas na resolução de problemas vasculares, como obstruções arteriais, aneurismas e malformações vasculares. Portanto, são altamente recomendados para pacientes com essas condições;
  • Mínimo desconforto: como as intervenções são realizadas utilizando pequenas incisões e instrumentos guiados por imagens, os pacientes tendem a experimentar menos desconforto durante o procedimento. Além disso, têm uma recuperação mais confortável no pós-operatório.

Desse modo, a aplicação dessas técnicas não apenas contribui para um controle mais efetivo do sangramento. Além disso, viabiliza uma manipulação mais segura da placenta, promovendo um desfecho mais seguro para a mãe e o bebê durante o parto.

Dr. Marcelo Giusti 

Médico | CRM-SP 132068

Cirurgião Vascular | RQE 52453

Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia | RQE 59003

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