Cateteres para quimioterapia e acessos para hemodiálise

Priorize sua saúde: consulte o vascular e garanta um tratamento adequado.

Além de cuidar  propriamente das doenças circulatórias, os cirurgiões vasculares  auxiliam no manejo de outras condições, como o tratamento do câncer e da falência do funcionamento dos rins. Através do uso de cateteres, medicamentos de quimioterapia podem ser administrados de maneira mais segura e confortável e a filtragem do sangue no tratamento de hemodiálise podem ser realizados de forma efetiva.

Cateter para quimioterapia: um grande parceiro na luta contra o câncer

Quando falamos de tratamento oncológico, os cateteres para quimioterapia são protagonistas. Conhecidos como Port-a-cath (ou Portocath), eles são projetados para administrar medicamentos fortes diretamente na corrente sanguínea. Desse modo, garantem que o tratamento seja eficaz e os medicamentos atinjam as células cancerígenas de maneira otimizada, porém reduzem os efeitos colaterais dessa aplicação sobre os vasos sanguíneos.

Os Port-a-caths são cateteres feitos de titânio (liga cirúrgica apropriada e resistente) ou de polímeros, totalmente compatíveis com o nosso organismo. São resistentes, de alta durabilidade e permanecem totalmente implantados no corpo, ou seja, ficam debaixo da pele (o que possibilita liberdade aos pacientes em suas atividades diárias como tomar banho e realizar exercícios físicos).

Pacientes que passam por repetidas sessões de quimioterapia podem apresentar inflamações nos vasos sanguíneos (flebites) e até trombose (obstrução) dos mesmos. Isso se deve ao efeito tóxico direto da quimioterapia sobre os vasos sanguíneos. 

O Port-a-cath permite que os medicamentos cheguem diretamente ao coração, numa região onde o fluxo de sangue é tamanho que pode dissipar esse efeito agressivo, preservando a saúde dos vasos sanguíneos periféricos.

Outra dificuldade que os pacientes mais debilitados podem enfrentar é a escassez de veias para administração de outros remédios e para realizar exames. A maioria dos Port-a-caths permite não só a coleta de sangue, como também a administração de contrastes por bomba, como ocorre na realização de exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética.

O procedimento de colocação dos Port-a-caths é rápido, normalmente não requer anestesia geral ou internação prolongada. A cirurgia é realizada com auxílio de imagens, ou seja, a punção é feita guiada por ultra-som (o que faz o procedimento mais certeiro e com menos complicações) e a colocação do cateter é orientada por raio-x em tempo real, permitindo que o cateter fique na porção mais exata e favorável, garantindo seu funcionamento adequado e por tempo prolongado. Os pacientes costumam receber alta hospitalar no mesmo dia e o cateter fica disponível para uso imediatamente (em alguns casos, até já com a agulha específica para a aplicação da quimioterapia).

Os Port-a-caths também podem ser utilizados em outras situações que necessitam de medicamentos injetáveis por tempo prolongado, como o uso de antibióticos em infecções mais resistentes.

Outro tipo de cateter comumente utilizado para alguns procedimentos quimioterápicos é o cateter de Hickman. Diferentemente dos Port-a-caths, tem sua extremidade exposta, através da qual serão administradas as medicações.

Acessos para hemodiálise: purificando o sangue

Quando consideramos o tratamento de insuficiência renal, destacamos os acessos para hemodiálise como componentes vitais, visto que conectam diretamente o paciente ao equipamento de diálise e garantem a filtragem adequada do sangue, removendo toxinas e excesso de líquidos, e devolvendo ao corpo um sangue mais limpo e saudável. 

A hemodiálise pode ocorrer através de cateteres (temporários ou definitivos) ou através de fístulas arteriovenosas (acessos cirúrgicos, confeccionados com a própria veia do paciente).

Cateteres para hemodiálise: uma ferramenta vital

Alguns pacientes com doença renal infelizmente não tem tempo hábil para confeccionar o acesso mais adequado, normalmente uma fístula arteriovenosa. 

Para estes pacientes a melhor alternativa pode ser o uso de um cateter específico para hemodiálise. Existem cateteres que são utilizados preferencialmente dentro do ambiente hospitalar (cateter de Shilley). São de menor duração e mais sujeitos a infecções, portanto são temporários. 

Se o paciente tem previsão de necessitar de hemodiálise por tempo prolongado ou ainda aguarda a maturação de sua fístula, o cateter mais indicado pode ser um cateter de longa permanência (conhecido como Permicath). Estes cateteres requerem um procedimento cirúrgico para seu implante, mas traz benefícios como maior durabilidade e menor risco de infecções. O implante normalmente é feito sob anestesia e também utilizando dispositivos de imagem, como ultrassom e raio-x em tempo real, para aumentar a precisão do implante, prolongar a vida útil dos cateteres e reduzir complicações.

Os cateteres para hemodiálise apresentam a vantagem de permitir seu uso imediatamente após o implante, porém também são sujeitos a complicações. Pacientes que realizam a hemodiálise através de cateteres têm maior risco de desenvolver estreitamentos (estenoses) das grandes veias torácicas, o que pode comprometer os acessos com o passar do tempo. Portanto, a avaliação contínua do cirurgião vascular, em conjunto com o nefrologista, é fundamental para que se escolha o tipo de acesso mais adequado para cada paciente.

Entenda o que é e como funciona a fístula arteriovenosa

A fístula arteriovenosa é um procedimento cirúrgico no qual é criada uma conexão direta entre uma artéria e uma veia do paciente. As artérias são vasos que recebem o sangue pressurizado (com força) do coração, já as veias são vasos sanguíneos capazes de receber grandes quantidades de sangue, se dilatando quando necessário. Por serem vasos de diferentes características, a junção de ambos permite criar um vaso sanguíneo com pressão e capacidade adequadas para retirar o sangue do corpo e devolvê-lo após ser filtrado pela máquina de hemodiálise. 

As fístulas podem ser confeccionadas em diferentes locais, mas nós damos preferência pelos vasos do punho ou da prega do cotovelo, e quando possível, do membro não dominante (permitindo que o paciente realize suas tarefas diárias com menos limitação). Uma avaliação clínica e complementada com ultra-som (Doppler) é fundamental para o planejamento cirúrgico e eficácia do acesso.

Após a cirurgia, a fístula precisa se desenvolver e fortalecer (maturar), levando até cerca de 60 dias para estar pronta para ser utilizada. Esse fortalecimento é fundamental para permitir futuras punções para a conexão do paciente à máquina de diálise, contribuindo significativamente para o sucesso do tratamento de pacientes com insuficiência renal crônica. Infelizmente, pessoas com doença renal acabam passando por diferentes tratamentos até iniciar a hemodiálise, o que pode prejudicar as veias dos membros superiores. Por vezes, encontramos cicatrizes de punções ou cateterizações das veias no membro superior, que criam áreas de estreitamento ou resistência e que precisam ser tratadas. É comum pacientes com fístulas necessitar de dilatações por cateterismo (angioplastias) ou correções para que a sua fístula atinja um melhor desempenho.

Quando as veias não são adequadas para a confecção de uma fístula, alternativamente pode-se utilizar próteses ou cateteres implantáveis específicos para providenciar um acesso para hemodiálise.

Alguns pacientes infelizmente não são candidatos à confecção de uma fístula, seja por motivos técnicos (veias inadequadas ou impossibilidade de uso de próteses) ou por questões clínicas (por exemplo, pacientes com insuficiência cardíaca, cuja sobrecarga provocada pela fístula pode piorar a condição cardíaca).

É importante ressaltar que é o cirurgião vascular quem realiza o procedimento cirúrgico da fístula arteriovenosa, naturalmente em alinhamento com o médico nefrologista. Este profissional qualificado é treinado para realizar a conexão entre uma artéria e uma veia de maneira precisa e eficaz, garantindo que a fístula seja bem-sucedida e proporcionando um acesso vascular durável e eficiente para o tratamento dialítico dos pacientes com insuficiência renal.

Benefícios de ter o acompanhamento do vascular durante o processo de quimioterapia e hemodiálise:

Acesso otimizado
Um acesso vascular de qualidade facilita o processo de quimioterapia e hemodiálise.
Menos complicações
Redução do risco de infecção e outras complicações associadas a acessos vasculares inadequados.
Acompanhamento especializado
Monitoramento contínuo pelo especialista, garantindo a eficácia e segurança do tratamento.
Conforto e menos dor
Procedimentos menos invasivos e técnicas avançadas podem resultar em menos desconforto durante e após as sessões.
Orientação personalizada
Recebimento de orientações específicas sobre cuidados pré e pós-tratamento, maximizando os resultados e o bem-estar do paciente.

A importância da manutenção e cuidados dos cateteres para quimioterapia e acessos para hemodiálise

Naturalmente, como qualquer dispositivo médico, os cateteres para quimioterapia e acessos para hemodiálise requerem atenção. É fundamental que sejam mantidos limpos e em perfeitas condições. Infecções ou obstruções podem ser perigosas, por isso, seguir as orientações médicas e estar atento a qualquer anormalidade é crucial.

Em resumo, os cateteres para quimioterapia e acessos para hemodiálise são pilares no tratamento de diversas condições médicas, possuem um papel insubstituível, e entender a função e importância deles pode fazer toda a diferença na recuperação de um paciente.

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