A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma condição comum e potencialmente grave, caracterizada pelo estreitamento das artérias periféricas devido ao acúmulo de placas de ateroma. Ou seja, essa obstrução reduz o fluxo sanguíneo para os membros, especialmente as pernas, podendo levar a complicações sérias como feridas, gangrenas e amputações.
A DAP é um indicador importante de risco cardiovascular, uma vez que seus fatores de risco são semelhantes aos das doenças cardíacas e cerebrovasculares. O desenvolvimento da DAP está fortemente associado à aterosclerose, um processo crônico e progressivo que envolve a formação de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes arteriais. Os principais fatores de risco incluem:
- idade avançada;
- tabagismo;
- diabetes;
- hipertensão arterial;
- hipercolesterolemia.
Além disso, a prevalência da DAP aumenta significativamente após os 50 anos, afetando de 12% a 20% os indivíduos com mais de 70 anos.
Sintomas da Doença Arterial Periférica
A DAP manifesta-se principalmente através de uma série de sintomas que podem variar em intensidade e frequência. Os sintomas mais comuns incluem:
- Dor nas pernas, especialmente ao caminhar, que se alivia com o repouso (claudicação intermitente);
- Dormência ou fraqueza nas pernas;
- Sensação de frio nas extremidades inferiores, sobretudo nos pés;
- Mudanças na cor dos pés;
- Feridas nos pés ou nas pernas que demoram a cicatrizar;
- Diminuição do crescimento de pelos nas pernas e pés;
- Crescimento mais lento das unhas dos pés;
- Brilho ou pele lisa nas pernas;
- Ereção disfuncional em homens.
O diagnóstico da DAP é um processo multifacetado que envolve uma combinação de exame físico detalhado e diversos métodos de imagem. Assim, durante o exame físico, o especialista pode detectar sinais como pulsos fracos ou ausentes nas artérias das pernas. Além disso, o médico pode realizar testes específicos, como o Índice Tornozelo-Braquial (ITB), para avaliar a gravidade da isquemia.
Métodos de imagem são essenciais para confirmar o diagnóstico e determinar a extensão da doença. Entre os mais utilizados estão o ultrassom Doppler, que avalia o fluxo sanguíneo nas artérias e veias, e a angiografia, ou cateterismo, considerada o padrão-ouro, pois permite uma visualização detalhada das artérias afetadas usando contraste e raios-X em tempo real.
A relação entre Doença Arterial Periférica (DAP), infartos e AVCs
Os mecanismos que ligam a Doença Arterial Periférica (DAP) a infartos e AVCs incluem a aterosclerose e as mudanças nos vasos sanguíneos. Placas de gordura, que são comuns nas artérias das pernas, também podem aparecer no coração e no cérebro. Essas placas podem estreitar ou bloquear as artérias. Quando isso acontece nas artérias do coração, pode causar um infarto. Se ocorre nas artérias do pescoço, pode levar a um AVC.
Além disso, a inflamação constante e a má função das paredes dos vasos devido à aterosclerose aumentam a chance de formar coágulos, elevando o risco de infartos e AVCs. Como especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular com mais de 12 anos de experiência, enfatizo a importância de diagnosticar e tratar a DAP cedo para evitar problemas cardiovasculares graves.
Os perigos de negligenciar a Doença Arterial Periférica (DAP)
Negligenciar a Doença Arterial Periférica (DAP) pode levar a sérias complicações, afetando muito a qualidade de vida dos pacientes. No começo, os sintomas podem ser pele avermelhada e pulsos fracos ou ausentes. Se não tratada, a DAP pode avançar para uma condição grave nos membros inferiores, causando feridas que não cicatrizam, infecções e, em casos graves, amputações.
Mudanças no estilo de vida para prevenir a DAP
Adotar um estilo de vida saudável é fundamental para prevenir a DAP e suas complicações. Mudanças nos hábitos diários podem reduzir significativamente o risco de aterosclerose e melhorar a saúde vascular geral. Dessa forma, essas alterações não só ajudam a prevenir a DAP, mas também contribuem para a saúde. Assim, a combinação de uma dieta equilibrada, atividade física regular e a cessação do tabagismo são pilares essenciais nessa abordagem preventiva.
Aqui estão algumas dicas práticas para incorporar mudanças saudáveis no estilo de vida:
- Alimentação saudável:
- Escolha alimentos ricos em fibras. Desse modo, inclua frutas, vegetais, grãos integrais e legumes na sua dieta.
- Reduza o consumo de gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos fritos e processados.
- Modere o consumo de sal, optando por temperos naturais e ervas.
- Exercícios regulares:
- Pratique atividades físicas por pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana. Dessa forma, escolha exercícios como caminhar, nadar ou andar de bicicleta.
- Pare de fumar e evite o uso de produtos de tabaco:
- Nesse sentido, busque apoio profissional, como terapias de reposição de nicotina ou programas de cessação do tabagismo.
- Controle de doenças crônicas:
- Monitore e controle a pressão arterial, ou seja, mantenha dentro dos níveis recomendados.
- Gerencie os níveis de colesterol.
- Controle o diabetes.
Como especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular, incentivo fortemente meus pacientes a adotarem essas práticas para melhorar a saúde vascular em geral. Portanto, se você ainda tenha dúvidas ou apresente algum dos sintomas da DAP, entre em contato e agende sua consulta.
Dr. Marcelo Giusti
Médico | CRM-SP 132068
Cirurgião Vascular | RQE 52453
Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia | RQE 59003