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Doença Carotídea

Doença Carotídea: qual a relação com AVCs e como prevenir?

Doença carotídea é uma das principais causas de AVCs isquêmicos — o tipo mais comum de Acidente Vascular Cerebral.

Isso acontece quando placas de gordura se acumulam nas artérias carótidas, localizadas no pescoço, responsáveis por levar sangue ao cérebro.

Como se trata de um problema silencioso, que costuma não apresentar sintomas até que ocorra um derrame, seu diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves ou até fatais.

Neste artigo, vamos entender a relação entre essas placas e o AVC, suas causas, formas de prevenção e os tratamentos mais eficientes.

O que são placas nas carótidas?

As duas artérias carótidas se localizam uma em cada lado do pescoço, sendo responsáveis por levar sangue oxigenado ao cérebro.

Com o tempo, a aterosclerose (um processo natural do envelhecimento dos seres humanos) pode intensificar o acúmulo de placas de gordura, cálcio e outros resíduos a ponto de causar obstruções (condição tecnicamente conhecida como estenose carotídea).

O AVC ocorre quando essas placas obstruem significativamente o fluxo sanguíneo ou ainda quando se rompem e formam coágulos. Esses coágulos podem não só obstruir a carótida, mas migrar até outra região do cérebro, processo conhecido por embolia.

Assista: A doença carotídea é um problema sério que pode levar a complicações como o AVC!

Fatores de risco para a doença carotídea

As principais causas estão relacionadas a fatores de risco cardiovasculares de uma maneira geral são:

  • Hipertensão arterial;
  • Colesterol ruim alto (LDL);
  • Tabagismo;
  • Diabetes tipo 2;
  • Sedentarismo;
  • Alimentação rica em gorduras saturadas;
  • Histórico familiar de doenças cardiovasculares;
  • Idade avançada (acima de 60 anos).

Como prevenir a doença carotídea e o AVC

A prevenção é baseada principalmente no controle dos fatores de risco. As principais medidas são:

  • Parar de fumar: reduz significativamente o risco de AVC.
  • Alimentação balanceada: com frutas, legumes, grãos integrais e peixes.
  • Controle da pressão arterial: manter valores abaixo de 130/80 mmHg.
  • Redução do colesterol LDL: com dieta ou medicação adequada.
  • Prática regular de atividade física: no mínimo 150 minutos por semana.
  • Controle glicêmico rigoroso: especialmente em pacientes diabéticos.

Pessoas com alto risco devem realizar exames regulares, como o Doppler de carótidas, a cada 6 ou 12 meses.

Leia também: Doença carotídea: sintomas, causas e tratamento. Saiba tudo!

Tratamentos para a doença carotídea

O tratamento depende do grau de obstrução e do quadro clínico do paciente:

1. Tratamento clínico

Para obstruções menores que 50% e pacientes assintomáticos, é indicado:

  • Uso de medicamentos.
  • Controle rigoroso dos fatores de risco.

2. Tratamento cirúrgico

Indicado quando a obstrução é severa ou há sintomas. Os métodos são:

  1. Endarterectomia carotídea: É a remoção cirúrgica da placa através de uma incisão no pescoço. É eficaz, reduzindo o risco de AVC em até 65% nos sintomáticos, porém nem todos os pacientes são candidatos a este tratamento.
  2. Angioplastia com stent: Nesse procedimento, um cateter é inserido pela virilha e conduzido até a carótida sob acompanhamento de Rx em tempo real.

Após se implantar um filtro que evita a migração de fragmentos de placa para o cérebro, um balão expande a área obstruída da artéria e um stent (malha metálica) mantém o vaso aberto.

Sua eficácia é comparável à cirurgia em muitos casos, especialmente em pacientes de alto risco cirúrgico.

É o procedimento ideal para pacientes de alto risco cirúrgico ou com condições anatômicas inóspitas.

Inovações: Revascularização Transcarotídea (TCAR)

De forma geral, a ocorrência de um AVC perioperatório é a principal complicação do tratamento das placas nas carótidas.

A incidência desta complicação gira em torno de 2-3% nos pacientes submetidos a endarterectomia e 4-5% nos pacientes submetidos à angioplastia.

Embora raros (menos de 1% de incidência) hematomas e infecção dos sítios de acesso também podem ocorrer.

Uma nova variante híbrida de tratamento que mescla angioplastia com acesso cirúrgico à carótida tem demonstrado resultados animadores com eficácia similar às técnicas tradicionais, porém com menor incidência de AVC perioperatório (somente 1,4%).

Conhecida como TCAR (Revascularização Transcarotídea) é feita por uma pequena incisão no pescoço e um sistema que reverte o fluxo sanguíneo temporariamente para evitar que fragmentos da placa cheguem ao cérebro, similar aos filtros de proteção utilizados na angioplastia.

Conclusão

A doença carotídea representa uma ameaça silenciosa, mas prevenível, ao cérebro.

A detecção precoce, o controle dos fatores de risco e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações graves como o AVC.

Consulte um especialista regularmente e mantenha sua saúde vascular em dia.