Proteja e fortaleça seu fígado: descubra a cirurgia minimamente invasiva

A cirurgia minimamente invasiva oferece menos dor pós-operatória e retorno mais rápido às atividades diárias. Se a ideia de uma cirurgia com grandes cortes te preocupa, saiba que a tecnologia está do seu lado.

Marque uma consulta e conheça as opções.

Uma variedade de condições pode afetar o fígado, órgão vital para a desintoxicação do corpo e a produção de proteínas essenciais. Elas podem ser causadas por vírus (hepatite), consumo excessivo de álcool, obesidade, entre outros fatores.

Como as doenças hepáticas atingem as pessoas?

Algumas doenças hepáticas são devidas à exposição prolongada a fatores de risco, como consumo excessivo de álcool, hepatites virais ou acúmulo de gordura no fígado. Estilos de vida pouco saudáveis e hábitos alimentares inadequados, até mesmo jovens estão em risco, reforçando a necessidade da conscientização e prevenção em todas as faixas etárias.

As doenças hepáticas são complexas e podem se manifestar de diversas maneiras. Alguns pacientes, inicialmente, podem não apresentar sintomas claros, tornando o diagnóstico um desafio. No entanto, à medida que a condição avança, sintomas como fadiga, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos, acompanhada por alterações nas fezes e urinas), acúmulo de líquidos no abdômen (ascite) ou dor abdominal podem surgir. Esses são sinais claros de que o fígado não está funcionando adequadamente. A progressão dessas doenças pode levar a complicações graves, como cirrose ou câncer de fígado, condições que requerem intervenções médicas imediatas.

Benefícios das cirurgias minimamente invasivas

Recuperação mais rápida

devido à menor agressão aos tecidos, os pacientes geralmente têm um tempo de recuperação mais curto e podem retornar às suas atividades diárias mais rapidamente.

Menor risco de infecção

como as incisões são menores, há menos exposição dos tecidos internos, reduzindo o risco de infecções pós-operatórias.

Menos dor pós-operatória

a abordagem minimamente invasiva tende a causar menos dor e desconforto após a cirurgia, o que pode reduzir a necessidade de analgésicos.

Cicatrizes menores

as pequenas incisões resultam em cicatrizes menos visíveis, o que é esteticamente mais agradável para muitos pacientes.

Menor tempo de internação

muitas cirurgias minimamente invasivas permitem que o paciente receba alta no mesmo dia ou após uma estadia hospitalar mais curta, reduzindo os custos e o impacto na rotina do paciente.

Agende sua consulta

Quimioembolização de tumores hepáticos

O fígado, um dos órgãos mais vitais do corpo humano, também pode ser acometido por tumores, sendo mais frequente metástases de outros tipos de câncer, como o câncer de intestino e de mama. Mas tumores também podem se originar diretamente no fígado, como consequência de doenças hepáticas, como a cirrose. Esses tumores são conhecidos como hepatocarcinomas (ou carcinoma de células hepáticas). 

Uma das abordagens terapêuticas mais avançadas para tratar esses tumores, sejam metástases ou o próprio hepatocarcinoma, é a quimioembolização. Esse procedimento minimamente invasivo combina o entupimento seletivo da circulação do tumor com a administração direta e concentrada de quimioterapia. 

Normalmente utilizamos uma mistura de quimioterapia com microesferas (que se assemelham a finos grãos de areia, entupindo precisamente a microcirculação tumoral). Essas esferas podem ainda ser carregadas com o agente quimioterápico, que continua a ser liberado mesmo após o procedimento.

 

O objetivo da quimioembolização é reduzir o tamanho dos tumores, ajudando a controlar o avanço da doença. Pode ser realizado em conjunto e/ou complemento à quimioterapia convencional.

Além da quimioembolização, existem variações deste tratamento, como a radioembolização (que utiliza partículas radioativas que obstruem o tumor e liberam radiação para combatê-los) e a quimioterapia intra-arterial (que injetam quimioterapia diretamente dentro dos tumores através de um cateterismo muito preciso e seletivo). Pacientes com hepatocarcinoma, uma complicação comum da cirrose, e aqueles com metástases de tumores intestinais são os que mais se beneficiam destes tratamentos.

Como é feita a quimioembolização?

A quimioembolização é um procedimento minimamente invasivo utilizado principalmente no tratamento de tumores hepáticos. Durante o procedimento, um cateter é cuidadosamente guiado através do sistema circulatório do fígado até as artérias que fornecem sangue diretamente ao tumor. Uma vez posicionado corretamente e de forma segura, uma combinação de agentes quimioterápicos e pequenas partículas embolizantes é injetada diretamente na artéria que alimenta o tumor. Estas partículas bloqueiam o fluxo sanguíneo para o tumor, privando-o de oxigênio e nutrientes, enquanto a quimioterapia é liberada diretamente no local, maximizando sua eficácia e minimizando os efeitos colaterais sistêmicos. Esse método combina a obstrução do suprimento sanguíneo com a administração direta de medicamentos, potencializando o tratamento e visando a destruição do tecido tumoral.

Sequência de imagens mostra a evolução do tratamento até o aspecto final da embolização, onde não temos mais os tumores hepáticos.
Foto de um procedimento real de quimioembolização hepática. O círculo vermelho na imagem (1) mostra o tumor hepático, mais evidenciado ainda após injetarmos o meio contraste na imagem (2). A imagem (3) mostra o aspecto final da embolização, onde não se vê mais o tumor (círculo vermelho), confirmando a eficácia do tratamento

TIPS (shunt porto-sistêmico transjugular): um aliado do transplante hepático

Infelizmente algumas doenças do fígado, como trombose das veias hepáticas e a cirrose, não são possíveis de ser tratadas apenas com medicamentos, terapias diretas e mesmo cirurgia. Esses pacientes podem ser candidatos a um transplante hepático.

Entretanto, até que o transplante seja efetuado (dependendo de doadores e das condições clínicas do paciente), a doença do fígado, como a cirrose, pode se agravar, levando a complicações como sangramentos e acúmulo de líquidos na cavidade abdominal (ascite). Um procedimento minimamente invasivo que pode beneficiar os pacientes que sofrem destas condições, permitindo esperar pelo transplante e até realizá-lo em condições melhores é o TIPS (shunt porto-sistêmico transjugular).

O TIPS consiste em criar uma comunicação artificial entre diferentes pontos da circulação hepática que costumam estar obstruídos nestes pacientes (mais precisamente entre a veia porta, que recebe sangue dos órgãos digestivos, e a veia cava, que direciona o sangue filtrado pelo fígado para o coração). Essa obstrução impede o fígado de filtrar o sangue e é a responsável por acumular líquido no abdome e pressurizar as veias do estômago e do esôfago, levando a sangramentos.

O TIPS é um procedimento minimamente invasivo, em geral, realizado apenas por punções, e que implanta uma prótese (stent) passando pelas áreas bloqueadas. A passagem do sangue pelo stent alivia a circulação do fígado, reduzindo o acúmulo de líquido na cavidade abdominal e as chances de sangramentos por varizes no esôfago e no estômago.

Não apenas a cirrose pode bloquear a circulação do fígado. Outras condições como  tromboses extensas das veias hepáticas (síndrome de Budd-Chiari) podem levar a esses problemas.

Ablações: Tratamento de tumores guiados por imagem

Existe uma técnica moderna de tratamento de tumores que pode substituir uma cirurgia somente com punções, com uma agulha específica, cuja ponta pode aquecer a temperaturas superiores a 120 oC ou ainda promover congelamento dos tecidos.

Essa técnica, denominada ablação (termoablação quando usa calor ou crioablação quando congela o tumor), pode ser indicado para o tratamento de tumores hepáticos, de mama, de tireoide e dos rins.

Com auxílio de imagens de tomografia ou ultrassom, essa agulha é colocada precisamente no interior do tumor e destrói as células cancerígenas com calor ou as congelando.

Embolização portal

Alguns pacientes, durante o tratamento do câncer, necessitam remover segmentos do fígado. Entretanto, quando essa remoção leva uma porção substancial do órgão, o remanescente pode não dar conta de todas as funções. Uma estratégia que permite com que esse fígado saudável cresça e substitua todo o funcionamento do metabolismo hepático com segurança é a embolização portal.

Esse procedimento, também minimamente invasivo, promove o entupimento seletivo e preciso da circulação da porção doente do fígado, fazendo com que a porção sem tumores se desenvolva rapidamente, já que o fígado tem um grande poder de crescimento e regeneração. 

Após atingir o tamanho adequado, o paciente poderá ser submetido à cirurgia de remoção da porção doente com mais segurança.

Doenças das vias biliares

A bile é uma substância produzida pelo fígado que auxilia a digestão. Ela é escoada do fígado para o intestino através das vias biliares (parte dela ainda é armazenada na vesícula biliar).

Algumas condições como câncer e tumores, ou mesmo lesões causadas por cirurgias corriqueiras, como a remoção da vesícula biliar, podem levar a um bloqueio no escoamento da bile. Pessoas nessa condição podem desenvolver icterícia, que não só dá à pele uma coloração amarelada, mas também pode levar ao mau funcionamento do fígado e a infecções generalizadas.

Para aliviar esse entupimento, alguns pacientes podem necessitar de procedimentos percutâneos, ou seja, cateterismos minimamente invasivos através da parede abdominal e do fígado. Com o acompanhamento em tempo real de imagens de raio-x ou ultrassom, drenos e próteses são colocadas através da obstrução para alívio da icterícia e restaurar o funcionamento do fígado. Essa técnica é conhecida como drenagem biliar percutânea ou transparietohepática. 

Esta técnica pode beneficiar também pessoas com obstrução das vias biliares por pedras (cálculos).

Biópsias e drenagens guiadas por imagens

Com o auxílio de exames de imagem como ultrassom e tomografia, podemos realizar diferentes procedimentos, como biópsias e drenar coleções (como abscessos e hematomas).

As imagens nos ajudam a posicionar a agulha de biópsia ou o dreno exatamente na área desejada, evitando atingir outros órgãos vitais e tecidos que poderiam ser machucados e gerar complicações. Esses procedimentos são minimamente invasivos, em geral, necessitam apenas de punções, e podem evitar cirurgias com grandes cortes.

Dúvidas frequentes

O procedimento de quimioembolização geralmente dura entre 1 e 3 horas, dependendo da complexidade do caso. Após o procedimento, o paciente pode precisar permanecer no hospital por um curto período, geralmente 24 horas, para monitoramento. A recuperação completa pode levar alguns dias, e é comum sentir algum desconforto ou fadiga. O médico fornecerá orientações específicas sobre cuidados pós-procedimento e quando retomar as atividades normais.

A radioembolização é uma técnica que utiliza microesferas carregadas com material radioativo, como o ítrio-90, que são injetadas nas artérias que alimentam o tumor. Essas microesferas bloqueiam o fluxo sanguíneo e emitem radiação diretamente no tumor, minimizando a exposição de tecidos saudáveis. É comumente indicada para tratar tumores hepáticos que não são candidatos a cirurgia.

TIPS é um procedimento que cria uma comunicação (shunt) entre as veias portal e hepática dentro do fígado, usando um stent. É realizado para tratar complicações da cirrose, como hipertensão portal, varizes esofágicas sangrantes e ascite refratária. O procedimento alivia a pressão no sistema venoso portal e melhora os sintomas associados. Também serve como ponte para transplante, melhorando as condições do paciente candidato a esse tratamento.

Um dreno ou prótese biliar percutânea é frequentemente indicado para tratar obstruções das vias biliares, que podem ser causadas por tumores, cálculos ou complicações pós-operatórias. A inserção do dreno ou prótese permite o escoamento adequado da bile, aliviando sintomas como icterícia e dor.

Como qualquer procedimento médico, existem riscos associados. Possíveis complicações incluem infecção, sangramento, reações alérgicas ao material de contraste, lesão de vasos ou órgãos adjacentes e, em casos raros, complicações relacionadas à radiação na radioembolização. É essencial discutir os riscos e benefícios com o médico especialista antes de se submeter a qualquer procedimento.

As doenças hepáticas são condições sérias que requerem atenção e cuidado. Com os avanços da medicina, tratamentos minimamente invasivos surgem como opções promissoras, proporcionando esperança e alívio para muitos pacientes.

Fale conosco

Agendar consulta