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Entenda a embolização no tratamento do Acretismo Placentário

O acretismo placentário é uma condição séria que afeta algumas gestantes e que, se não for diagnosticada e tratada corretamente, pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.

Em situações normais, após o parto, a placenta se desprende naturalmente do útero.

No acretismo, essa separação não ocorre como deveria, aumentando o risco de hemorragias graves e complicações maternas.

A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e técnicas modernas como a embolização uterina — um procedimento minimamente invasivo — é possível controlar essa condição e evitar complicações graves.

Leia: Acretismo placentário: conheça o problema que atinge gestantes!

O que é o Acretismo Placentário?

A placenta é o órgão responsável por nutrir e oxigenar o bebê durante a gravidez. No final da gestação, ela se desprende naturalmente do útero.

No entanto, no acretismo placentário, esse processo natural é prejudicado pela aderência anormal da placenta à parede uterina.

Existem três formas da condição:

  • Placenta Acreta: fixação superficial à parede do útero.
  • Placenta Increta: penetração na musculatura uterina.
  • Placenta Percreta: infiltração completa da parede uterina, podendo atingir órgãos vizinhos, como a bexiga.

Essa fixação excessiva impede o desprendimento da placenta, aumentando significativamente o risco de hemorragia no parto.

Quais as causas e fatores de risco?

O principal fator de risco para o acretismo placentário é a presença de cicatrizes uterinas, principalmente em mulheres que passaram por cesáreas anteriores. Outros fatores incluem:

  • Placenta prévia (quando a placenta cobre parcial ou totalmente o canal uterino);
  • Cirurgias uterinas prévias (como miomectomias e curetagens);
  • Procedimentos de fertilização;
  • Infecções uterinas;
  • Idade materna avançada;
  • Múltiplas gestações anteriores;

Quais os riscos para a gestante?

O maior risco associado ao acretismo placentário é a hemorragia intensa durante o parto, podendo exigir:

  • Transfusões de sangue;
  • Histerectomia (remoção do útero);
  • Riscos para o bebê, como prematuridade e sofrimento fetal;
  • Em casos graves, risco de morte materna.

O diagnóstico é feito ainda durante o pré-natal, por meio de exames de imagem como Ultrassonografia com Doppler e Ressonância Magnética (RM).

Esses exames ajudam a identificar a localização da placenta e o grau de invasão da parede uterina, permitindo o planejamento antecipado do parto.

Embolização uterina: o papel da radiologia intervencionista no acretismo

Um dos tratamentos mais eficazes para casos de acretismo é a embolização das artérias uterinas.

Este procedimento é realizado por um radiologista intervencionista e consiste na introdução de um pequeno cateter pela virilha e guiado até as artérias uterinas e diferentes ferramentas podem ser usadas para bloquear a passagem de sangue do útero durante o parto.

O mais frequente é o uso de balões que, quando insuflados, obstruem a circulação das artérias uterinas.

Após a retirada do bebê, os balões são insuflados, reduzindo a quantidade de sangue que circula pela região pélvica, permitindo que a cesárea transcorra com menos sangramento e reduzindo os riscos de remoção do órgão.

Outras substâncias podem ainda ser injetadas, complementando o bloqueio à circulação.

Benefícios da embolização no Acretismo Placentário

  • Redução do sangramento no parto;
  • Menor risco de histerectomia, preservando o útero e a fertilidade;
  • Diminuição das chances de choque hemorrágico;
  • Recuperação mais rápida e menor tempo de internação;
  • Alternativa segura e menos invasiva em comparação com cirurgias de emergência.

Planejamento é essencial!

Gestantes com suspeita de acretismo placentário devem ser acompanhadas em centros especializados, com equipe multidisciplinar formada por:

  • Obstetras;
  • Cirurgiões;
  • Anestesistas;
  • Radiologistas intervencionistas.

O parto, nesses casos, é normalmente agendado entre a 34ª e a 36ª semana de gestação, com todos os cuidados planejados para minimizar os riscos e preservar a vida da mãe e do bebê.

Conclusão

O acretismo placentário é uma condição grave, mas com diagnóstico precoce e o uso de técnicas minimamente invasivas como a embolização, é possível realizar um parto seguro e preservar a saúde da mãe.

Se você está grávida, tem histórico de cesáreas ou outros fatores de risco, converse com seu obstetra e garanta o acompanhamento ideal durante toda a gestação. Saiba mais!

Dr. Marcelo Giusti
👨🏻‍⚕️ Especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular
🩺 Radiologia Intervencionista
📞 (11) 99769-7817
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