A hemodiálise é um tratamento essencial para pacientes com insuficiência renal crônica, permitindo a filtração do sangue e a remoção de toxinas do organismo.
Para a realização desse procedimento, é necessário um acesso vascular adequado, sendo os principais tipos os cateteres venosos e as fístulas arteriovenosas.
Cada um desses acessos possui características distintas em termos de durabilidade, resistência a infecções e manutenção.
Neste artigo, explico as diferenças entre essas opções e a importância de escolher o melhor acesso para cada paciente.
1. O que são os acessos vasculares para hemodiálise?
Os acessos vasculares são essenciais para garantir a eficácia do tratamento de hemodiálise.
Eles permitem que grandes volumes de sangue sejam filtrados e retornem ao organismo com segurança. Existem dois tipos principais:
- Cateteres venosos: geralmente utilizados para acessos temporários ou quando não há possibilidade de criação de uma fístula arteriovenosa.
- Fístulas arteriovenosas: recomendadas como o padrão-ouro para a hemodiálise devido à sua maior segurança e longevidade.
A escolha entre eles deve ser feita com base em fatores como o estado de saúde do paciente, a previsão de tempo de tratamento e a presença de comorbidades.
2. Cateteres venosos (Permicath) como impactam na hemodiálise?
Os cateteres venosos, conhecidos como Permicath, são dispositivos temporários inseridos em grandes veias, como a jugular ou subclávia.
São utilizados principalmente para pacientes que precisam iniciar a hemodiálise rapidamente e ainda não possuem uma fístula arteriovenosa madura.
Características:
- Uso imediato após a inserção.
- Maior risco de infecção, pois parte do cateter fica exposta ao meio externo.
- Curta durabilidade, sendo indicado apenas como solução temporária.
- Necessidade de manutenção rigorosa, incluindo troca de curativos e monitoramento para evitar trombose e deslocamento.
Apesar de sua praticidade, os cateteres devem ser substituídos assim que uma opção mais segura estiver disponível, como a fístula arteriovenosa.
3. Fístulas arteriovenosas (FAV) melhor opção para hemodiálise
A fístula arteriovenosa é um acesso vascular criado cirurgicamente ao conectar uma artéria a uma veia, geralmente no braço do paciente.
Esse acesso é considerado a melhor opção para hemodiálise devido à sua maior segurança e durabilidade.
Características:
- Alta durabilidade, podendo ser utilizada por anos com os cuidados adequados.
- Menor risco de infecção, pois utiliza vasos sanguíneos próprios do paciente.
- Fluxo sanguíneo adequado para hemodiálise, melhorando a eficácia do tratamento.
- Possíveis complicações, como estreitamentos (estenoses) e formação de aneurismas, que requerem acompanhamento com exames como ultrassom com Doppler.
Apesar de ser a melhor escolha, nem todos os pacientes são candidatos à fístula arteriovenosa.
Fatores anatômicos ou condições de saúde, como insuficiência cardíaca, podem contraindicar a cirurgia.
4. Comparativo entre cateteres e fístulas arteriovenosas
Os cateteres venosos e as fístulas arteriovenosas apresentam diferenças significativas que impactam diretamente a qualidade do tratamento de hemodiálise.
Os cateteres são indicados para uso de curto prazo, pois possuem maior risco de infecção e exigem maior manutenção.
Já as fístulas arteriovenosas, embora exijam um tempo para maturação, são mais seguras e duradouras.
- Tempo de Uso: Os cateteres são temporários, geralmente usados por meses, enquanto as fístulas podem durar anos.
- Infecção: O risco de infecção é elevado nos cateteres devido à exposição ao meio externo, enquanto as fístulas apresentam menor risco por serem feitas com vasos do próprio paciente.
- Fluxo Sanguíneo: O fluxo sanguíneo nos cateteres é menor, impactando a eficiência da hemodiálise. As fístulas podem garantir um fluxo mais alto e constante.
- Durabilidade: Enquanto os cateteres duram poucos meses, as fístulas podem ser utilizadas por anos quando bem cuidadas.
- Manutenção: Cateteres exigem uma manutenção rigorosa com trocas frequentes de curativos, enquanto as fístulas requerem acompanhamento moderado para evitar complicações.
A escolha entre um cateter venoso e uma fístula arteriovenosa deve ser feita com base nas condições clínicas do paciente e na previsão do tempo de tratamento. Sempre que possível, a fístula arteriovenosa é a opção preferível.
Conclusão
Os acessos vasculares são essenciais para a hemodiálise e podem impactar diretamente na segurança e qualidade do tratamento.
Os cateteres venosos são uma opção temporária, mas apresentam maior risco de complicações.
Por outro lado, as fístulas arteriovenosas oferecem maior segurança, menor risco de infecção e durabilidade prolongada.
O acompanhamento regular com um especialista em cirurgia vascular é fundamental para garantir a melhor escolha para cada paciente.
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