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Doença Arterial Periférica

Doença Arterial Periférica (DAP) pode ser causada por tabagismo?

A epidemia global do tabagismo representa um dos maiores desafios para a saúde pública, com 1,3 bilhão de tabagistas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Tendo em vista os problemas circulatórios, a Doença Arterial Periférica (DAP) emerge como uma preocupação significativa, sendo o tabagismo identificado como seu principal fator de risco evitável. 

Ou seja, compreender a relação entre o tabagismo e essa condição vascular torna-se fundamental, visto que são mais de 200 milhões de pessoas afetadas pela DAP globalmente. Ainda mais que houve um aumento de 23,5% em sua prevalência ao longo de uma década. 

Com tudo isso, pode-se concluir que, sim, a Doença Arterial Periférica (DAP) pode ser causada pelo tabagismo! Continue a leitura e entenda mais sobre esse problema vascular, os motivos de estar relacionado com o tabagismo e as formas de tratamento.

Compreendendo a Doença Arterial Periférica (DAP)

A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma condição em que ocorre a diminuição ou até a interrupção do fluxo sanguíneo nos vasos, decorrente de um processo denominado aterosclerose. Nesse processo, placas de gordura e colesterol desenvolvem-se nas paredes das artérias, ocasionando essa obstrução parcial ou total

Sintomas

A DAP, muitas vezes assintomática, pode se manifestar de maneira sutil, com sintomas como:

  • Feridas que demoram a cicatrizar;
  • Dormência ou fraqueza nas pernas;
  • Alteração na cor da pele das pernas ou pés, que também podem ter queda de temperatura;
  • Claudicação intermitente (dor ao caminhar que melhora somente com o repouso).

Fatores de risco

Estudos indicam que, embora diversos fatores de risco tenham sido investigados, o tabagismo destaca-se como um elemento que aumenta significativamente o risco de DAP.  

Apesar da principal causa ser o tabagismo, outros fatores importantes a serem considerados, são:

  • Idade: a incidência é maior em pacientes com idade mais avançada, principalmente nos indivíduos acima de 70 anos;
  • Histórico familiar: pessoas com histórico familiar de DAP possuem maiores chances de possuírem a condição;
  • Doenças preexistentes: problemas como diabetes, hipertensão e colesterol alto facilitam o desenvolvimento da Doença Arterial Periférica;

Leia também: Diabéticos são mais propensos a possuírem DAP

Como o tabagismo contribui para a DAP?

Como já dito, o tabagismo desempenha um papel significativo no desenvolvimento da Doença Arterial Periférica, sendo reconhecido como seu principal fator de risco vascular evitável. Mas qual o motivo?

É preciso entender que a aterosclerose é um processo que ocorre naturalmente como parte do envelhecimento dos seres humanos. É um acúmulo de colesterol e a formação de placas calcificadas na parede dos vasos que ocorrem com o passar da idade fome.

Em síntese, o consumo de tabaco contribui para a progressão da aterosclerose, que como vimos, é um processo em que placas de gordura se acumulam nas paredes das artérias, restringindo o fluxo sanguíneo. 

Isso se dá porque o tabaco contém substâncias químicas tóxicas que desencadeiam uma resposta inflamatória no sistema vascular. Ou seja, promove a formação e o acúmulo dessas placas. 

Além disso, o tabagismo compromete a função endotelial (revestimento interno dos vasos sanguíneos, responsável pela produção de substâncias que causam seu relaxamento e contribuem para a coagulação do sangue e cicatrização), aumenta o colesterol e promove mudanças na coagulação sanguínea. Todos contribuindo para a obstrução arterial. 

Esses efeitos adversos do tabaco não apenas aumentam o risco de desenvolver DAP, mas também aceleram sua progressão. Desse modo, a cessação do tabagismo é uma medida fundamental na prevenção e no tratamento dessa condição vascular.

Porém, apesar de fundamental e necessária, não é totalmente eficaz. É que os efeitos benéficos da interrupção do tabagismo podem demorar mais de duas décadas para equiparar-se aos níveis de risco observados em não fumantes. 

Inclusive, é alarmante notar que adultos jovens que fumam podem já estar predispostos a um aumento no risco de DAP muitos anos antes de quaisquer manifestações clínicas. 

Qual o tratamento indicado para Doença Arterial Periférica?

O tratamento da Doença Arterial Periférica é de suma importância, visto que a condição, se não tratada, pode levar a isquemias (redução do fluxo sanguíneo para um tecido ou órgão específico), infecções, complicações cardiovasculares, feridas, gangrena e amputações.

A primeira medida de tratamento é, obviamente, cessar o tabagismo. Além dessa mudança de hábitos, controle de doenças pré-existentes, prescrição de medicamentos e atividades físicas adequadas. Quem trata o paciente com DAP é o cirurgião vascular.

Dependendo do quadro clínico, o paciente pode ser submetido a procedimentos endovasculares – como angioplastia ou colocação de stent – ou até por uma cirurgia vascular – sendo endarterectomia, derivações e enxertos.

Se você é fumante ou possui um, ou mais, fatores de riscos dos apresentados anteriormente, a busca pelo tratamento clínico deve ser realizada com ou sem sintomas.  

Estou à disposição para ajudar! Sou o Dr. Marcelo Giusti, médico vascular, com formação pela Faculdade de Medicina do ABC. Além disso, tenho uma extensa experiência em cirurgia vascular, cirurgia endovascular e radiologia intervencionista. Então, marque sua consulta ainda hoje e cuide ativamente da sua saúde vascular. 

Leia mais: Doença Arterial Periférica e Doença Coronariana. Qual a relação?

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