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Doença Arterial Periférica e Doença Coronariana. Qual a relação?

Doença Arterial Periférica e Doença Coronariana. Qual a relação?

A “Doença Arterial Periférica” (DAP) e a “Doença Coronariana” (DC) são condições que afetam os vasos sanguíneos, embora se manifestem em diferentes regiões do corpo. E hoje vamos entender a relação das dessas duas doenças circulatórias.

A DAP refere-se à obstrução (entupimento) ou estreitamento das artérias que fornecem sangue aos membros, geralmente as coxas e pernas. Isso pode resultar em sintomas como dor durante a caminhada, conhecida como claudicação intermitente, e, em estágios avançados, pode levar a complicações graves, como úlceras (feridas) ou até mesmo amputação.

Por outro lado, a DC está relacionada ao estreitamento ou bloqueio das artérias coronárias que alimentam o músculo cardíaco. Isso pode levar a sintomas como dor no peito, falta de ar e, em casos mais graves, a um ataque cardíaco.

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Relação entre DAP e DC

Pouco se fala da relação entre essas duas questões, mas esse é um ponto importante até mesmo para evitar complicações graves. 

A questão é que tanto a Doença Arterial Periférica quanto a Doença Coronariana possuem fatores de riscos semelhantes. Assim, podemos concluir que o diagnóstico de uma pode levar ao diagnóstico da outra, antecipando e impedindo complicações como o infarto, devido ao diagnóstico prévio. 

Em outras palavras, a presença de aterosclerose (processo de acúmulo de gordura  que leva ao entupimento ou estreitamento da parede das artérias) em um local do corpo pode sugerir a presença de aterosclerose em outros locais, aumentando o risco de complicações cardiovasculares, como infarto do miocárdio (ataque cardíaco) ou acidente vascular cerebral (AVC).

Fatores de riscos

Como dito anteriormente, ambas as condições têm fatores de risco compartilhados que podem levar a essa aterosclerose. São eles:

  • diabetes;
  • tabagismo;
  • hipertensão arterial;
  • colesterol elevado.

A relação entre DAP e DC reside na natureza sistêmica da doença vascular. Sendo assim, pacientes com DAP têm um risco aumentado de desenvolver DC e vice-versa, devido à propagação de fatores de risco comuns. 

Resumindo, ambas as condições resultam de processos ateroscleróticos, nos quais placas de gordura se acumulam nas paredes das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo. 

Portanto, o tratamento e a prevenção eficazes devem abordar não apenas a área específica afetada, mas também os fatores de risco subjacentes compartilhados, visando à saúde do sistema circulatório como um todo.

Qual a relação entre a doença arterial periférica e a doença coronariana em pacientes com infarto?

Quando um paciente apresenta infarto, isso não apenas sinaliza problemas nas artérias coronárias, mas também pode indicar complicações em outros vasos sanguíneos do corpo, o que muita das vezes é negligenciado. 

A doença arterial periférica, caracterizada pelo estreitamento ou obstrução das artérias periféricas, é frequentemente associada a um risco aumentado de entupimentos nas artérias coronárias. Essa interligação ressalta a importância de uma abordagem abrangente no tratamento e na prevenção, considerando não apenas a área afetada diretamente, mas também os fatores de risco compartilhados.

Em grande parte dos casos, a DAP é negligenciada, já que se dá muito mais atenção para os problemas e tratamentos relacionados ao entupimento da circulação do coração. O desfecho desta situação é terrível e coloca o paciente num círculo vicioso, já que a DAP acaba progredindo e limitando os movimentos dos pacientes, o que interfere diretamente na possibilidade de realizar exercícios. Por sua vez, o sedentarismo agrava ainda mais a DAP e a própria condição cardíaca pré-existente. 

Além disso, indivíduos diagnosticados com DAP enfrentam um risco 60% maior de desenvolver entupimentos nas artérias coronárias. Isso destaca a natureza sistêmica das doenças vasculares, onde os mesmos fatores de risco, como diabetes, tabagismo e hipertensão, desempenham papéis importantes tanto na doença arterial periférica quanto na doença coronariana.

O acompanhamento e a gestão adequada desses fatores não apenas beneficiam a saúde das extremidades, reduzindo a claudicação e outros sintomas associados à DAP, mas também desempenham um papel fundamental na prevenção de eventos cardíacos graves, como infartos. Essa interconexão sublinha a necessidade de uma abordagem holística na saúde vascular, considerando a interdependência entre diferentes áreas do sistema circulatório.

As carótidas (vasos que levam sangue ao cérebro) também são muito relacionadas ao processo aterosclerótico generalizado por compartilhar as mesmas bases patológicas. Por serem de mais fácil avaliação (já que é um vaso do pescoço, e, portanto, mais superficial) o exame de ultra-som (Doppler) das carótidas faz parte do arsenal rotineiro de check-up tanto dos cardiologistas, como dos cirurgiões vasculares. 

Portanto, a relação entre a Doença Arterial Periférica (DAP) e a doença cardíaca aterosclerótica é substancial, evidenciada por estudos que destacam a presença de extensa aterosclerose em pacientes com DAP, frequentemente com lesões mais graves. Além disso, a idade emerge como um fator determinante, visto que pacientes com DAP tendem a ser mais velhos, apresentando um risco cardiovascular mais elevado. A incidência de eventos adversos hospitalares aumenta significativamente em pacientes com 65 anos ou mais.

A relação com os pacientes diabéticos

A presença de uma história de diabetes emerge como um fator de risco independente para eventos adversos. Ou seja, há destaque significativo para a influência da hiperglicemia no desfecho clínico de pacientes. 

A relação entre diabetes, Doença Arterial Periférica e Doença Coronariana é profunda, já que o excesso de açúcar (hiperglicemia) crônico exerce efeitos prejudiciais na elasticidade e rigidez das paredes dos vasos sanguíneos ao longo do tempo. Esse fenômeno contribui para o desenvolvimento de falhas no funcionamento das paredes dos vasos sanguíneos (disfunção endotelial), em especial dos vasos de menor calibre (microcirculação), elementos significativos na origem da Doença Arterial Periférica e Doença Coronariana. 

Dessa forma, a necessidade de um controle rigoroso da glicemia torna-se evidente como uma medida essencial para mitigar a incidência de DAP e DC e, consequentemente, reduzir os eventos adversos hospitalares em pacientes com diabetes.

Além dos aspectos de controle glicêmico, a compreensão da relação entre diabetes, Doença Arterial Periférica e a Doença Coronariana aponta para a importância de estratégias preventivas no cuidado desses pacientes. 

Intervenções precoces e uma abordagem abrangente, incluindo medidas para redução da hiperglicemia, são fundamentais para preservar a saúde vascular e prevenir complicações associadas a essas doenças. 

O entendimento aprofundado dessas interconexões abre caminho para abordagens mais eficazes no manejo de pacientes diabéticos. Assim, é possível destacar a relevância do controle metabólico não apenas na gestão do diabetes, mas também na prevenção de doenças circulatórias.

Como posso auxiliá-lo?

A atenção aos problemas relacionados à Doença Arterial Periférica (DAP) e Doença Coronariana (DC) é de extrema importância. Reconhecer os fatores de risco e buscar o diagnóstico preciso com um cirurgião vascular especializado torna-se essencial para assegurar sua qualidade de vida futura.

Eu, Dr. Marcelo Giusti, sou cirurgião vascular com mais de 10 anos de experiência, dedicando-me ao tratamento de questões nas artérias periféricas e coronárias. Utilizo uma abordagem personalizada, empregando medicamentos, procedimentos cirúrgicos e técnicas avançadas e minimamente invasivas para atender às necessidades específicas de cada paciente. Meu foco abrange o restabelecimento do fluxo sanguíneo e a redução dos riscos associados às complicações decorrentes dessas condições circulatórias.

Especializado no tratamento de problemas vasculares, incluindo aqueles que afetam os membros inferiores e as carótidas, coloco-me à disposição para consultas especializadas. Então, se você ou um familiar enfrenta desafios no sistema circulatório, agende uma consulta para receber cuidados especializados e informações detalhadas.

Em meu blog, você encontrará mais informações sobre doenças circulatórias e, em minhas redes sociais, poderá acompanhar mais sobre o meu trabalho. Fique por dentro das últimas novidades na área vascular.

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